Saudade: Nelson Sargento

 

Nelson Mattos, foi promovido a Nelson Sargento após ter passado quatro anos no Exército. Porém, a carreira que o fez ser reverenciado por onde passasse, foi longa e muito rica. Cantor de grupos musicais A Voz do Morro e Os Cinco Crioulos. Coautor, junto com Alfredo Português, de Cântico à natureza, samba de enredo da Mangueira em 1955, vice-campeã daquele carnaval e considerado um dos mais belos da história do samba e da agremiação. Compositor de canções gravadas por Elizeth Cardoso e Paulinho da Viola. Escritor, autor do livro de poesia Prisioneiro do mundo e do livro de contos Samba eu. Ator em Orfeu do carnaval, de Cacá Diegues e em O primeiro dia, de Walter Salles e Daniela Thomas. Pintor com obras expostas do Rio de Janeiro ao Japão.

Tudo isso relembrado, Nelson Sargento revelou a sua arte em Verde e Rosa. Com apenas 12 anos foi morar no morro da Mangueira, onde aprendeu a tocar violão com Aluísio Dias, Cartola e Nelson Cavaquinho. Lapidado por estes excelentes professores da mais alta estirpe da Estação Primeira de Mangueira, tornou-se Presidente da Ala dos Compositores em 1958, Baluarte em 1998 e desde 2014 assumiu o cargo de Presidente de Honra da agremiação.

 

 

Nossa homenagem a Nelson Sargento que neste 27 de maio de 2021 concluiu o show da sua vida tem as palavras de Wigder Frota, um fotógrafo radicado em Nova York, que durante os dias do reinado de Momo tem endereço fixo na Marquês de Sapucaí, dedicado a registrar em fotografias a grandiosidade do samba e dos sambistas em todos os desfiles das escolas de samba que passam pela Passarela de Samba:

O SAMBA FICOU ÓRFÃO, EU TAMBÉM! 

Nelson Sargento era uma das poucas figuras emblemáticas do carnaval carioca que eu esperava, ansiosamente, para fotografar durante os desfiles da Estação Primeira de Mangueira.  

Eu ficava nervoso, emocionado, pedia sua "abenção", gritava, jogava beijo, ficava como um louco extasiado ao ver seu ídolo. Era reverência pura, coisa de "tiete" mesmo, pois nunca tive a chance de conhecê-lo pessoalmente. 

Hoje, depois de 30 anos consecutivos fotografando o carnaval, perdi essa referência, essa tradição. Não vou mais poder mais reverenciar o Mestre na Sapucaí, palco dos meus maiores delírios. 

Fica registrada aqui a minha eterna gratidão por tudo que ele fez pelo samba, pela cultura, pelo Rio de Janeiro, pelo Brasil e por este artista e fã. 

VIVA NELSON SARGENTO!

 



Fotos Wigder Frota

 

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