Conheça os 3 sambas finalistas da Mangueira
A partir dos próximos dias, as quadras das Escolas de Samba
do Grupo Especial do Rio de Janeiro farão grandes festas para a escolha
dos seus sambas de enredo para os desfiles do domingo e da segunda-feira
do carnaval de 2023. A primeira agremiação a definir o samba será
Paraíso de Tuiuti nas primeiras horas do sábado, 8 e a última será a
Mocidade Independente de Padre Miguel no dia 23. O Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de
Mangueira fará a final no Palácio do Samba, na noite do sábado e ao
amanhecer do domingo estará entoando o samba As Áfricas que a Bahia canta.
A Verde e Rosa tem três sambas na disputa final. As obras dos compositores Gilson Bernini e cia; Lequinho e Cia e Thiago Meiners e Cia serão apresentadas por 40 minutos com o apoio da bateria da Mangueira. A Estação Primeira promete emocionar o público com um show montado especialmente pelo diretor artístico da escola, Fábio Batista, na volta da escolha de samba com a quadra cheia, o que ficou proibido em 2020 e 2021 devido à pandemia.
A Mangueira será a última escola a desfilar na Marquês de Sapucaí no domingo de carnaval de 2023.
Foto Wigder Frota
As Áfricas que a Bahia canta
Nos ventos de Oyá
O sopro do amor
Sentir o corpo arrepiar
Um sonho Libertar
No toque do Tambor
Bahia ô Bahia
Quando o céu relampejou
Fiz a minha travessia
Bahia ô Bahia
Meu cortejo toca a alma
Faz do grito, Rebeldia
Salve a Rainha de beleza tão singela
Quimboto faz a esperança renascer
No ventre da mãe preta da favela
O canto não se cala
Enfrenta a opressão
batuqueiro, ritmo que fala
na pele a magia da emoção
Mutumbá Mainha, Afoxé
Ijexá, Candomblé
Anastácia sua história tem lugar
Didá é a força da mulher
Vou no Muzenza, ou Badauê
Minha Deusa requebra no Ilê Aiyê
Iaiá da ladeira do Curuzu
“Avisa lá” que chegou o Olodum
Axé Pérolas Negras, ecoa a igualdade
Axé Yabás guerreiras da paz raiz e ancestralidade
Epahey
ventania de lá
Fazendo a gira girar
na quebradeira
É o som de salvador
Temperado no Dendê
Nos versos da Estação Primeira
No balanço do Pelô
Eu vi o morro descer
É hora do chão tremer Mangueira
As Áfricas que a Bahia canta
Participação Bloco Afro Ojuobá Axé
Pra eu chegar lá na Bahia
Sou a Estação Primeira
Iaiá… me ensina essa liberdade
Luz da africanidade
Seus batuques na ladeira
Foi pra rua orgulhosa com o seu tambor
Mainha, se vestiu de verde e rosa
Foi pra rua orgulhosa com o seu tambor
Ê Baiana, dos seus valores
Nobreza que encanta a mais linda das Flores
São pretos charmes, cativeiro já não há
Vou dançar o ijexá me esquivando da chibata
E perseguido preparei o meu padê
A falange de Exu sempre vai me proteger
Nos rituais que estampei nos meus terreiros
Os ancestrais são poesia lá no gueto
Yalotim, nessa cidade todo mundo é d´Oxum
É pulsação de Ilê Aiyê e Olodum
Samba incorporado de axé (axé)
Eu vou, atrás do trio pra esquecer a dor
Pedir a benção para o meu senhor
Seguir o cortejo de Fé
O meu canto a levantar poeira, poeira
Na batida do tambor, Eu sou Mangueira
Fio de conta no peito, timbau e batuquejê
Preta resistência do Ilê
As Áfricas que a Bahia canta
Ê Matamba, dona da minha Nação
Filha do amanhecer, carregada no dendê
Sou Eu a flecha da evolução
Sou Eu Mangueira, Flecha da Evolução
Que tremeu Salvador, Bahia
Áfricas que recriei
Resistir é lei, Arte é rebeldia
Coroada pelos cucumbis
Do Quilombo às Embaixadas
Com ganzás e xequerês fundei o meu País
Pelo som dos atabaques canta meu País
Traz o padê de Exu
Pra Mamãe Oxum toca o Ijexá
Rua dos Afoxés
Voz dos Candomblés, Xirê de Orixá
Deusa do Ilê Aiyê, do gueto
Meu cabelo black, negão, coroa de preto
Não foi em vão a luta de Catendê
Sonho Badauê, Revolução Didá
Candace de Olodum, sou Debalê de Ogum
Filhos de Gandhy, Paz de Oxalá
Quando a alegria invade o Pelô
É Carnaval, na pele o swing da cor
O meu timbau é força e poder
Por cada mulher de Arerê
Liberta o batuque do Canjerê
Eparrey Oyá! Eparrey Mainha!
Quando o Verde encontra o Rosa toda preta é Rainha
O Samba foi morar onde o Rio é mais baiano (2x)
Reina a ginga de Iaiá na ladeira
No Ilê de Tia Fé, Axé Mangueira!
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