Áfricas, 15 anos
Quem estava na Marquês de Sapucaí e esperou ver  os 4.500 componentes distribuídos em 45 alas da última agremiação encerrando o desfile do Grupo Especial tinha uma certeza: a Beija-Flor de Nilópolis fez um desfile para vencer aquele carnaval de 2007. Outro grande desfile, também de temática africana, foi o do Salgueiro. A quarta-feira de Cinzas confirmou o que Fellipe Salomão, autor da foto das baianas que ilustra este post, havia afirmado momentos após o término do desfile: "É a Campeã!". O enredo Áfricas: Do berço real à corte brasiliana, de autoria do carnavalesco Alexandre Louzada e desenvolvido pela Comissão de Carnaval, formada por Laíla, Alexandre Louzada, Fran Sérgio, Shangai e Ubiratan, conquistou o campeonato com 399,3 pontos. O Salgueiro, inexplicavelmente, sequer retornou ao desfile das Campeãs.
O impacto do gigantesco abre-alas de 50 metros com o balançar das asas de inúmeros beija-flores que eram movimentados pelas próprios integrantes do carro - detalhe somente percebido quando ficava-se muito próximo da alegoria - deixava claro que a Escola estava em sua melhor forma, após o confuso carnaval do ano anterior, classificado em quinto lugar. O último setor com os componentes exibindo os brasões de todas as 13 agremiações do Grupo Especial e a Velha Guarda da Azul e Branco era a própria corte brasiliana. De acordo com Wigder Frota, o fotógrafo que abandona New York pela Passarela do Samba, para registrar a festa máxima do Samba, o desfile da Beija-Flor em 2007 continua imbatível.
Ala das baianas da Beija-Flor no carnaval de 2007 em foto de Fellipe Salomão
Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis
Carnaval de 2007 
Áfricas - Do berço real à corte brasiliana 
Compositores: Cláudio Russo, J. Velloso, Gilson Dr e Carlinhos do Detran
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 Olodumarê, o deus maior, o rei senhor  | 
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 Olorum derrama a sua alteza na Beija-flor  | 
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 Oh! Majestade negra, oh! mãe da liberdade  | 
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 África: o baobá da vida ilê ifé  | 
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 Áfricas: realidade e realeza, axé  | 
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 Calunga cruzou o mar  | 
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 Nobreza a desembarcar na Bahia  | 
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 A fé nagô yorubá  | 
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 Um canto pro meu orixá tem magia  | 
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 Machado de Xangô, cajado de Oxalá  | 
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 Ogun yê, o Onirê, ele é odara 
 Bis   | 
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 É Jeje, é Jeje, é Querebentã  | 
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 A luz que bem de Daomé, reino de Dan  | 
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 Arte e cultura, Casa da Mina  | 
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 Quanta bravura, negra divina  | 
 
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 Zumbi é rei  | 
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 Jamais se entregou, rei guardião  | 
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 Palmares, hei de ver pulsando em cada coração  | 
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 Galanga, pó de ouro e a remição, enfim  | 
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 Maracatu, chegou rainha Ginga  | 
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 Gamboa, a Pequena África de Obá  | 
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 Da Pedra do Sal, viu despontar a Cidade do Samba  | 
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 Então dobre o Run  | 
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 Pra Ciata d'Oxum, imortal  | 
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 Soberana do meu carnaval, na princesa nilopolitana  | 
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 Agoyê, o mundo deve o perdão  | 
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 A quem sangrou pela história  | 
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 Áfricas de lutas e de glórias 
 Bis  | 
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 Sou quilombola Beija-Flor  | 
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 Sangue de Rei, comunidade  | 
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 Obatalá anunciou  | 
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 Já raiou o sol da liberdade  | ||
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