Um livro para ler: O Coração do Rei: A vida de Dom Pedro I

Um estadista astuto, negociador, gestor, respeitoso filho, pai apaixonado e um defensor das liberdades democráticas, ainda que nascido em pleno Absolutismo. Publicada pela Edições de Janeiro, a obra O Coração do Rei: a vida de Dom Pedro I o grande herói luso-brasileiro, de autoria da jornalista e escritora Iza Salles, externa facetas pouco conhecidas do jovem impetuoso que em quase 36 anos de vida marcou a história de Portugal e do Brasil. Com uma apurada pesquisa em documentos e periódicos de época e influenciada por Octávio Tarquínio de Sousa, biógrafo do monarca nos dois lados do Atlântico, a autora utiliza como fio condutor da narrativa a personagem de frei António de Arrábida (1771-1850), religioso que acompanhou Dom Pedro em praticamente toda a sua vida. 

 


Dom Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cypriano Serafim de Bragança nasceu na Sala Dom Quixote, Palácio de Queluz, em Portugal em 12 de outubro de 1798 e na mesma sala do mesmo palácio morreu em 24 de setembro de 1834. A morte do irmão Dom Francisco António Pio de Bragança, Príncipe da Beira, em 1801, o elevou a segundo na linha de sucessão ao trono de Portugal. Veio residir no Brasil aos 9 anos de idade, acompanhando os pais, Dom João Maria José Luis de Bragança, Príncipe do Brasil e Dona Carlota Joaquina de Borbón, Infanta de Espanha, a avó, Sua Majestade Fidelíssima a Rainha Dona Maria I, o irmão Dom Miguel, as sete irmãs, duas tias-avós e a Corte que fugiu de Lisboa devido à invasão das tropas de Napoleão I Bonaparte. 

Aqui no Brasil, onde viveu até os 32 anos, com a ascensão do pai, Dom João VI, tornou-se Príncipe Herdeiro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Com o retorno de Dom João VI e da Corte Real a Lisboa, ficou no Brasil como Príncipe Regente e em 7 de setembro de 1822 declarou a Independência do Brasil. Coroado Imperador Constitucional do Brasil ainda permanecia Herdeiro do trono de Portugal. Contou com o decisivo apoio da esposa, Dona Leopoldina Josepha Caroline (1797-1826), Arquiduquesa da Áustria, filha do Imperador Franz II e prima de sua mãe, Dona Carlota Joaquina. Casaram-se em 1817 e tiveram sete filhos. Quatro chegaram à idade adulta, destacando-se Dona Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Izidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga (1819-1853), Rainha de Portugal (Dona Maria II) e Dom Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Rafael Gabriel Gonzaga (1825-1891), Imperador do Brasil (Dom Pedro II).

O livro chega, em momento oportuno, às vésperas do bicentenário da Independência, que será comemorado em 2022. Dom Pedro é uma figura histórica com uma rica e interessante trajetória. Homem de muitas e intensas paixões, reconheceu todos os filhos nascidos fora dos dois casamentos. Isso na primeira metade do século XIX.

O Defensor Perpétuo do Brasil é conhecido em Portugal como Dom Pedro IV, o Libertador. O seu legado também é musical. Juntamente com o poeta e jornalista Evaristo Ferreira da Veiga e Barros é um dos autores da Hino da Independência Brasileira. Felizmente o descaso de décadas com o Imperial Palácio de São Cristóvão, hoje em ruínas após o incêndio de 2 de setembro de 2018, não transformaram as notas musicais em cinzas.

 

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