Fábio de Mello, o coreógrafo campeão

 

A Leopoldina é Imperatriz. E com absoluta correção, Fábio de Mello também o era. Fábio Ferreira de Mello, carioca, graduado em Coreografia pelo Conservatório de Amsterdam, tinha uma clássica formação em dança e ao encontrar a figurinista do espetáculo que dirigia, surgiu a dupla que seria um dos grandes trunfos do Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense. Rosa Magalhães, a mais erudita carnavalesca da história, o convidou para ser o coreógrafo responsável pela comissão-de-frente da Verde e Branco de Ramos. A partir daquele carnaval de 1992, os enredos cheios de referências históricas da filha de um intelectual e imortal da Academia Brasileira de Letras aliados com as comissões criadas pelo fundador e diretor do Ballet Contemporâneo do Rio de Janeiro e da Companhia Ópera do Movimento, arrebataram o público, a crítica e muitas notas 10 dos jurados. Entre 1992 e 2002 as comissões da Imperatriz alcançaram a nota máxima. Foram 11 carnavais com nota 10. A Imperatriz conquistou os campeonatos de 1994, 1995, 1999, 2000 e 2001, os vice-campeonatos de 1993 e 1996, ou seja, foi uma fase áurea da agremiação. As comissões de Fábio de Mello na Imperatriz também conquistaram em 1993, 1995, 1997, 2000, 2006 e 2015, o Estandarte de Ouro, prêmio conferido por uma equipe de consagrados especialistas em carnaval reunidos pelo jornal O Globo.

Wigder Frota, carioca, residente em Nova York e que fotografa todos os desfiles da Sapucaí desde a década de 1990, assim que soube do falecimento do coreógrafo nesta última quarta-feira de janeiro, 28, fez uma declaração: "Fabio de Mello, o primeiro, o pioneiro, o ousado, o maior, o inigualável. Descanse em paz, obrigado por tudo!".

 
Comissão-de-frente da Imperatriz Leopoldinense no carnaval de 1996 







 





 
Comissões-de-frente da Imperatriz Leopoldinense 
(Fotos Wigder Frota)




 


 

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