Como destruir um colégio
O silêncio sobre o inexplicado fechamento do Colégio Dr. Edson Ribeiro revela o quanto a ausência de coragem e de respeito à história estão presentes em Juazeiro, cidade no norte da Bahia. Situada a poucos metros do rio São Francisco, a instituição de ensino fundada em 9 de janeiro de 1945 com o nome de Ginásio de Juazeiro, desde 21 de novembro deste 2024 entrou em contagem final da sua missão de educar. Em uma atitude desrespeitosa com os corpos docentes e discentes, um comunicado divulgado pelo WhatsApp informava "não estaremos funcionando para o ano de 2025". A surpresa ecoou e a chegada do último mês do ano e das festas fez o assunto cair no esquecimento. Um novo colégio ocupará o prédio na Praça Barão do Rio Branco, área muito valorizada da cidade, cercada por agências bancárias, hospital e a sede da Prefeitura Municipal. Quase ninguém recordou a Lei número 121/1950, assinada pelo então Prefeito Alfredo Viana e pelo Presidente da Câmara de Vereadores, que fez a doação dos 3 mil metros quadrados onde foi construído o prédio-sede do Colégio, onde também foram ministradas as primeiras aulas da Faculdade de Agronomia do Médio São Francisco.
Perguntas que devem e precisam ser feitas estão no ar.
Há legalidade neste ato de destruir 80 anos de educação feita por e para juazeirenses, como também para oriundos de outras cidades do vale do São Francisco?
A lei pode ser revogada sem a aprovação do Poder Legislativo?
A sociedade juazeirense, inclusive os professores que construíram a história dos mais brilhantes estudantes, assistirão este ato com os aplausos do silêncio?
O momento exige uma urgente ação civil pública, enérgica, com a participação do Ministério Público, dos ex-alunos. De todos. Para que no futuro a desculpa não seja repetida: Juazeiro já teve o Edson Ribeiro.
Paulo de Tarso
(Fotos Tarso Marketing)
Faço das suas palavras a minha também Paulo de Tarso.Tudo isso é revoltante. Para onde foi a minha, a sua, a nossa história ?
ResponderExcluirEste comentário não é anônimo
ResponderExcluirQuem digitou foi a Professor Wilma Rosa.
Parabéns Paulinho, pela coragem e bom senso , em se contrapor a um ato que nos deprime . Não é atoa que Juazeiro é vista como: A terra do já teve!
ResponderExcluirUm absurdo! Onde anda o Ministério Público? A sociedade juazeirense?
ResponderExcluirVergonha, e assim instituições de ensino tradicionais vão sendo fechadas assim como aconteceu no Odorico Tavares na Vitoria em Salvador, educação nunca foi prioridade neste governo atual 👎
ResponderExcluirInacreditável!😢
ResponderExcluirAbsurdo isso! Dê minha parte, eu, Múcio do Nascimento Brandão , como ex-aluno que fui do Ginásio de Juazeiro (depois Édson Ribeiro), me disponho a compartilhar, como signatário, de ação pública questionando a legalidade dessa lei..
ResponderExcluir