A polêmica abertura da Olimpíada de Paris

julho 26, 2024

Cem anos após ter sido sede da Olimpíada de 1924, a França realizou nesta sexta-feira, 26, a cerimônia de abertura da 33ª edição dos Jogos Olímpicos. Debaixo de uma forte chuva que obrigou todos os presentes, incluindo mais de 110 chefes de Estado estrangeiros e personalidades, a estarem vestidos com capas de chuva ou guarda-chuvas, a cerimônia de 4 horas de duração, sob a direção artística de Thomas Jolly, recebeu muitas críticas. As redes sociais declararam que foi a mais feia e decepcionante cerimônia de abertura de Olimpíada já realizada desde que o francês Charles Pierre de Frédy, Barão de Coubertin recriou em 1896 os Jogos Olímpicos. Grupos religiosos criticaram bastante o uso de símbolos do Cristianismo. Sentiram-se muito desrespeitados. Para um país reconhecido pela alta sofisticação nas artes, nas letras, na moda e na culinária, faltou o charme e a elegância que qualquer pessoa associa ao país de Luís XIV, Montesquieu, Proust, Chanel, Yves Saint Laurent.

A cena em que o quadro de Leonardo da Vinci é roubado e é encontrado boiando no rio Sena chocou pelo extremo mau gosto. A Mona Lisa, icônica pintura do início do século XVI, considerado o quadro mais famoso do mundo, a ponto da grande maioria dos turistas visitarem unicamente o Museu do Louvre para vê-la, aparecer boiando no rio francês e não ser resgatada, mesmo em uma hipotética cena, ultrapassou os limites do aceitável para um patrimônio da arte mundial. O ponto uníssono de concordância foi a apresentação de Celine Dion na Torre Eiffel encerrando a cerimônia. A cantora franco-canadense escolheu uma canção aplaudida mundialmente pela beleza. Edith Piaf jamais decepcionaria com o Hymne à L'amour. Dion e Piaf são as duas primeiras medalhas de ouro da Olimpíada de Paris.