Ricardo Cravo Albin 80 anos

dezembro 19, 2020

Se Aurélio tornou-se sinônimo de dicionário, Ricardo Cravo Albin é o Homem-Dicionário da Música Popular Brasileira. Baiano, nascido em Salvador, filho de pai austríaco, afilhado da fundadora do Museu Carlos Costa Pinto, viveu parte da infância em uma fazenda às margens do rio São Francisco, em Penedo, cidade histórica de Alagoas. Adolescente transferiu-se para o Rio de Janeiro, a cidade cheia de encantos mil que o fascina, para ser aluno do internato do Colégio Pedro II, brilhante como relembra o colega e amigo da vida toda, o Embaixador Jerônimo Moscardo, ex-ministro da Cultura. Por pouco, não escolheu a diplomacia após a graduação em Direito pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A MPB o seduziu a tal ponto que sequer ouviu o conselho de um amigo, o próprio Pai da Bossa Nova, para seguir a carreira no Itamaraty. João Gilberto, a quem reverencia, foi um entre tantos amigos que fez e manteve na elite musical do país. Foi assim que a Cultura Brasileira ganhou um defensor apaixonado e incansável.

Definir Ricardo Cravo Albin é uma tarefa complexa, unicamente pelo fato dele ser múltiplo. É jornalista, historiador, crítico, produtor, escritor, mentor do projeto Filosofia na Praia (junto com o Embaixador Moscardo), publisher da revista Carioquice, Presidente do PEN Clube do Brasil, Presidente de Honra da Academia Carioca de Letras, fundador do Museu da Imagem e do Som (MIS), fundador e Presidente do Instituto Cultural Cravo Albin (ICCA). Quem visita o morro da Urca não dimensiona que aos pés daquele grandioso monumento da natureza está um dos mais preciosos, ricos e importantes acervos da música brasileira.

Cravo Albin já passou muitas vezes pela Marquês de Sapucaí, inclusive foi jurado do desfile e também foi enredo de escola de samba no carnaval: Cravo de ouro, no desfile do Paraíso do Tuiuti. Antes que esqueçamos de citar, Ricardo é torcedor do Fluminense e da Estação Primeira de Mangueira. A última vez que desfilou na Verde e Rosa foi campeão. Estava na alegoria ao lado do amigo Caetano Veloso e artistas na homenagem à Maria Bethânia, a menina dos olhos de Oyá. E neste 20 de dezembro de 2020 conquista outro campeonato e celebra 80 anos de vida. Com os aplausos e a homenagem deste Blog ao Cavaleiro da Ordem do Mérito Cultural.

Fotos Tarso Marketing