Sambas Memoráveis na voz de Neguinho da Beija-Flor


Desde 29 de fevereiro de 1976, Neguinho da Beija-Flor é a voz da Escola de Samba de Nilópolis que acabou por tornar-se sobrenome do cantor. Para o carnaval de 2020, além da obrigação de entoar o samba da última agremiação do Grupo Especial a desfilar na Marquês de Sapucaí na segunda-feira, o também compositor realizou um sonho antigo, o de gravar 12 sambas-de-enredo da década de 1960. O projeto Sambas Memoráveis é o primeiro trabalho de Neguinho realizado em plataformas digitais (streaming) e terá continuação com sambas das décadas de 1970 e 1980.

O repertório foi escolhido por Neguinho em parceria com integrantes do Doentes da Sapucaí, grupo paulistano formado por admiradores de sambas-enredo do Carnaval carioca, que também cuidou da produção. Há um samba da década de 1950, o “Cânticos à Natureza”, de Nelson Sargento, Jamelão e Alfredo Português, que a Mangueira cantou no desfile de 1955. Neguinho explica:
- Eu tinha seis anos e lembro de ouvir o Jamelão cantando esse samba. E foi nessa época que eu, menino pobre da Baixada Fluminense, passei a me interessar por samba-enredo. E foi ouvindo a voz do Jamelão, cantando esse samba, que me tornei fã dele. Então, incluir essa obra nessa primeira coletânea, também tem um significado sentimental, porque posso dizer que foi um marco na minha vida – revela o artista

As demais obras são:
Rio, capital eterna do samba”, de Walter Rosa (Portela, 1960);
Seca no Nordeste”, de Gilberto Andrade e Waldir de Oliveira (Tupy de Brás de Pina, 1961);
Dia do Fico”, de Cabana (Beija-Flor de Nilópolis, 1962);
"Chica da Silva", de Anescarzinho e Noel Rosa de Oliveira (Salgueiro, 1963);
"Aquarela Brasileira", de Silas de Oliveira (Império Serrano, 1964);
"Cinco Bailes da História do Rio", de Silas De Oliveira, Ivone Lara e Bacalhau (Império Serrano, 1965);
"Mundo Encantado de Monteiro Lobato" (Jurandir, Batista, Darcy da Mangueira, Helio Turco e Luiz (Mangueira, 1967);
"Sublime Pergaminho", de Carlinhos Madrugada, Nilton Russo e Zeca Melodia (Unidos de Lucas, 1968);
"Heróis da Liberdade", de Silas de Oliveira, Mano Décio e Manoel Ferreira (Império Serrano, 1969); "Bahia de Todos os Deuses", de Bala e Manuel Rosa (Salgueiro, 1969); e
"Yayá do Cais Dourado", de Martinho da Vila e Rodolfo (Vila Isabel, 1969).   


A gravadora Movieplay, especializada no mercado musical digital é a responsável pelo lançamento, disponível desde 15 de fevereiro.   






Neguinho da Beija-Flor 
(Márcia Rodrigues / MR Estúdio Fotográfico)




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