João Gilberto do Prado Pereira de Oliveira

julho 06, 2019

A notícia da morte do juazeirense, cantor e compositor João Gilberto pegou este blogueiro durante o almoço em um dos mais belos recantos da baía de Todos os Santos, o restaurante Veleiro do Yacht Clube da Bahia. Mensagem chegada pelo WhatsApp, enviada pelo amigo quase juazeirense Paulinho, causou o lamento pela notícia que não gostaria que ocorresse.

João Gilberto em foto de Marco Hermes

Veio imediatamente à memória a imensa Felicidade - sim, com a mais que devida inicial maiúscula - de ter assistido ao último show do Pai da Bossa Nova no Teatro Castro Alves, em Salvador. Em uma inesquecível Sexta-feira: 5 de Setembro de 2008.

Para rememorar e celebrar a grandiosidade de Joãozinho de dona Patú, como muitos juazeirenses ainda o tratam, decidimos que nossa homenagem é o nosso relato da atmosfera e do espetáculo que foi ter visto, ouvido e aplaudido pessoalmente o Pai da Bossa Nova pela primeira e única vez.

"João Gilberto adentrou o palco do Teatro Castro Alves (TCA) às 22:09.
Aplaudidíssimo, foi ovacionado pela platéia.

Super descontraído, bem humorado, João estava feliz em voltar ao TCA, reinaugurado com um show dele, na companhia de Gal Costa e Maria Bethânia, em 1993.

Lembrou constantemente de outro baiano imortal, Dorival Caymmi, incluindo a canção Acalanto no repertório. Contou que Caymmi ao saber do horário marcado para um ensaio em Roma logo afirmou: "Já vim ensaiado da Bahia".

Fez questão de reverenciar os amigos demonstrando lealdade aos mesmos. Citou até a esposa de um amigo cardiologista baiano, Maria Eugênia, a psiquiatra que "tentou consertar a minha cabeça". Disse com um sorriso de cumplicidade com a platéia, que obviamente gargalhou.
Seduziu a todos ao revelar que já fez shows em vários lugares, mas cantar na Bahia o deixa "até nervoso".

Brincou ao dizer que comunicava-se em japonês com o especialista de som que o acompanha. Como? A simples palavra Arigatô foi suficiente.

Cantou em italiano e depois traduziu a letra da canção.

Presentes ao evento: a cantora Daniela Mercury, o Governador Jaques Wagner e Fátima, o Ministro Juca Ferreira, o Secretário da Cultura da Bahia Márcio Meirelles, a Deputada Lídice da Mata, o historiador Ubiratan Araújo (Presidente da Fundação Pedro Calmon), o compositor Luiz Galvão (também juazeirense), o ex-banqueiro Angelo Calmon de Sá e Maria Fernanda, Superintendente de Marketing do Itaú, o patrocinador dos históricos shows João Gilberto - 50 anos de Bossa Nova.

Foi um show que reuniu, na fila C do TCA, os três irmãos do cantor: Dadainha, vinda do Espírito Santo, Vivinha, a única dos irmãos a residir na terra natal Juazeiro, e Jovino, residente no Ceará.
Durante o bis relampejou no recinto do Teatro Castro Alves: flashes de câmeras e celulares dos fãs que registravam o histórico e inesquecível momento.

Finalizando: EXCELENTE!"

Este relato foi publicado pelo blog Ancelmo.com, do jornalista Ancelmo Góis, fã que tinha como fonte o próprio João Gilberto:

https://blogs.oglobo.globo.com/ancelmo/post/e-joao-encantou-bahia-124998.html

No domingo passado, 30 de junho, este blogueiro, decidiu passar em casa de uma amiga, Dôrinha Duarte de Brito, que reside a poucos metros da casa onde nasceu João Gilberto. E assim foram feitas estas imagens do número 20 da Praça Imaculada Conceição, a residência do casal Jovino Domingos de Oliveira e Martinha do Prado Pereira de Oliveira (dona Patú), pai e mãe do nosso homenageado.