Submersões no Paço Imperial
Há 20 anos sem fazer uma exposição individual no Rio de Janeiro, um panorama da obra da artista multimídia Anna Braga, pode ser vista no Paço Imperial até 21 de maio. Aberta na quarta-feira, 22, a exposição “Anna Braga - Submersões”, com curadoria de Fernando Cocchiarale, apresenta 36 obras, entre instalações, pinturas, desenhos, fotografias, vídeos e objetos inéditos, pertencentes a três séries distintas: “Ternas Peles”, “Memória Submersa” e “Puro Álibi”. Os trabalhos, ocupam três salões do Paço Imperial, em uma área total de mais de 300 m2, trazem como temas centrais a ecologia, a violência e questões de gênero. “Todos os trabalhos são técnica mista, nos quais utilizo pintura, desenho, colagem, vídeo e fotografia na mesma obra. Faço interferências sobre o que encontro visualmente, dando outros significados para a imagem, transformando-a em algo completamente diferente”, conta a artista, nascida em Campos do Goytacazes e radicada atualmente no Rio de Janeiro, após ter passado um longo período no exterior, principalmente no Uruguai.
"As obras realizadas por Anna Braga nos colocam diante de imagens impregnadas de nexos que, como rastros, desenham um percurso de relações ao redor de temas como a destruição ambiental, a degradação urbana e a violência social, contextos encadeados em diversas situações nos trabalhos da artista. As três séries aqui reunidas – Memória Submersa, Ternas Peles e Puro Álibi – abarcam indagações entrecruzadas pelo próprio enredamento que caracteriza as sociedades contemporâneas e seus conflitos de identidade, classe, gênero, cor e grupo étnico", afirma o curador Fernando Cocchiarale.
Na primeira sala a série “Memória Submersa”, reflete, de forma poética, sobre ecologia, a partir do distrito de Atafona, em São João da Barra, no litoral campista, que está desaparecendo após sucessivas ressacas do mar. Através deste trabalho a artista faz uma veemente crítica à destruição da natureza, partindo de um exemplo local para falar globalmente sobre a questão da ecologia. Esta obra foi exposta originalmente no Museu Nacional de Brasília, em 2017. No Paço Imperial, no entanto, está acrescida de novos elementos, sendo composta por 17 trabalhos, entre obras bidimensionais, penduradas na parede, esculturas - objetos, instalações, um vídeo 3D e uma animação. Assim que entrar na exposição o público verá os vídeos, que ocuparão todas as paredes, fazendo uma imersão dos espectadores na obra.
“O que retorna à superfície, em poesia faz lembrar coisas que submergiram. A memória afetiva posta à prova vem contrariar o fenômeno natural das marés – quando arte não deixa apagar da memória o daquilo que se foi para sempre. Embora com isso não se reduza o sentido trágico da desaparição, a arte vem traduzir em metáforas essa melancolia e inexorável realidade”, afirma a artista.
Na segunda sala está a série “Ternas peles”, composta por sete trabalhos nos quais a artista cria interseções entre o nu artístico das estátuas gregas e imagens femininas presentes em antigos classificados de jornais da seção de termas e massagens. Na terceira e última sala, estará a série “Puro Álibi”, composta por 12 trabalhos produzidos a partir do detalhe de uma fotografia publicada em um jornal de grande circulação, que mostra uma fila humana em um presídio.
Fotos Marco Rodrigues
Serviço:
Exposição “Anna Braga - Submersões”, no Paço Imperial
Abertura: 22 de março de 2023, às 14h
Exposição: até 21 de maio de 2023
Paço Imperial
Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Terça a domingo, das 12h às 17h.
Entrada gratuita
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Parabéns por sempre estar nos atualizando a respeito das artes . Agradeço .
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